Citação:
Tópico Aberto originalmente por Diácono Luís
Citação:
Tópico Aberto originalmente por zico
É impressionante como desse ângulo o Museu é igualzinho à Casa da Música.
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E também denmorou muito tempo a ser concluído...
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mas não tanto.
Boavista ou Baixa?
Foi no dia 1 de Setembro de 1998 que o Ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, anunciou formalmente que a construção da Casa da música constituiria uma das prioridades da Capital Europeia da Cultura que o Porto se preparava para receber em 2001.
O processo de escolha da Capital Europeia da Cultura em 2001 esteve recorde-se, longe de ser pacifico. A candidatura do Porto foi apresentada em Junho de 1997, no seguimento de um " ministério descentralizado " que Carrilho realizou na cidade, mas a decisão de Bruxelas tardou mais do que o habitual, muito por culpa do Governo Espanhol, que candidatou consecutivamente Barcelona e Valência e chegou a bloquear toda a tramitação.
Quando por fim as candidaturas do Porto e da cidade holandesa de Roterdão receberam luz verde para avançar, tinha-se perdido mais de meio ano de trabalho, eventualmente essencial para o lançamento de projectos infraestruturais desta envergadura.
Numa entrevista ao Público, a então vereadora da cultura, Manuela de Melo, ainda aventava a possibilidade de o Coliseu vir a ser a sede da futura orquestra sinfónica do Porto e de um estúdio de ópera, mas logo nessa altura admitiu a eventualidade de se avançar para um projecto emblemático. Nesta altura é indigitado o pianista Pedro Burmester para integrar a comissão instaladora da Porto 2001.
Com a Câmara do Porto dividida entre “colocar” a Casa da Música no centro da cidade e aproveitar a ocasião para construir o tal edifício emblemático, várias hipóteses foram surgindo; o Parque das Camélias, junto ao Teatro Nacional de S. João, a Avenida da Ponte, o Edifício da Alfândega, a Praça de Lisboa e até o Parque da Cidade, para onde o arquitecto Agostinho Ricca tinha já um projecto acabado.
Foi no entanto a remise dos carros eléctricos na Boavista que acabou por ser o espaço escolhido sobre as restantes, por motivos que o Presidente Fernando Gomes, explicou no inicio de 1999; o terreno era propriedade municipal, por isso não teria que ser comprado nem expropriado, permitindo acelerar o processo de construção.
A localização ficou assim decidida em 8 de Março de 1999.
Á margem do optimismo oficial resultante da possibilidade de avençar rapidamente, aberta pela escolha da remise dos carros eléctricos e pela celeridade do concurso de arquitectura, já em Janeiro de 1999 se duvidava da possibilidade de ter a casa da Música pronta em 2001. Foram no entanto várias as vozes que não acreditavam nessa possibilidade já em Janeiro de 1999. Álvaro de Siza Vieira disse-o de forma contundente. " nenhum dos arquitectos que concorreu acredita nisso, declarou na altura acrescentando que " Uma obra dessas não se faz bem em menos de seis anos ". Como disse o primeiro ministro de então, António Guterres, numa frase que ficou célebre, " é uma questão de fazer contas ".
A Casa da Música não conseguiu ser concluída a tempo da Porto 2001, e só foi inaugurada a 14 de Abril de 2005….