Ok. Posso dar uma rápida achega com algum material mais à mão.
Começando pelo acontecimento mais marcante, importa referir foi aqui neste Castelo que Ferdinand Porsche conheceu Hitler. Com efeito, no início dos anos 20, era Porsche provavelmente mais famoso que Adolf Hitler (pelo menos ao que parece, pois passados alguns anos Porsche não se lembrava que tinha sido apresentado pelo chefe de imprensa da Daimler Benz Dr. Volter a Hitler, mas este lembrava-se muito bem de ter sido apresentado a Porsche). E conheceram-se pela primeira vez naquele local, por ocasião da realização de um corrida de automóveis. E é daqui que vem (para nós) a fama do castelo, precisamente do seu grande significado para a história do automobilismo alemão, pois desde 1903 que o local constituia a meta de uma rampa de velocidade para automóveis e motas (do tipo Hill Climb) e depois, a partir dos anos 20 passou mesmo a ser uma corrida de circuito. Para a Porsche, tem ainda um significado especial porque foi de todos os Circuitos aquele em que provavelmente ela mais terá brilhado (ou não estivesse a Porsche a correr em casa). No final dos anos 50 e princípios de 60, a Porsche dominou por completo muitas corridas, algumas à geral outras à classe, principalmente a GT, chegando a colocar mais de 10 carros nos primeiros lugares. Não há nenhum histórico e célebre piloto da Porsche que não tenha lá corrido (desde Hans Herrmann, Wolfgang von Trips, Edgar Barth, Richard von Frankenberg, Herbert Linge, Paul Ernst Strähle, Michael May, Carel Godin de Beaufort, etc – todos os grandes monstros da Porsche que voaram pelo Castelo no 550, no 356 até aos 908, 917 e por aí fora. Aliás, alguns destes nomes históricos fundaram um Club o “Solitude Revival e.V.” que entre outras coisas, se dedica a reviver actualmente as corridas de outrora. ( ver
http://www.solitude-revival.org/)
Para além disso, em termos históricos para a família Porsche, o local é também de culto porque foi lá que se realizou a festa de aniversário dos 75 anos de Ferdinand Porsche, a 3 de Setembro de 1950, portanto mesmo antes de morrer. E nesse dia de festa, a casa Porsche organizou uma concentração surpresa de clientes do 356 que partiram de Estugarda em Caravana e estacionaram os automóveis na frente do castelo, juntamente com uma exposição de tractores, naquela que terá sido a primeira semente dos “Porsche Clubes” e da “Porsche Parade”.
Foto: vista aérea do Castelo:
Foto: uma das várias configurações do circuito que foi sendo alterado ao longo dos tempos:
Foto: cartaz das corridas de 1960:
Foto: comunicado de imprensa de 1964, onde anuncia a presença nessa edição de fórmulas (1 e 2):
Foto: faixa e prémio para vencedor – edição das corridas de 1965:
Foto: braçadeira de controlador de tribuna 1954:
Foto: um exemplo do que era a supremacia da Porsche. Na imagem a corrida de 1956 ganha por Hans Herrmann, Wolfgang von Trips ficou em 2.º e Richard von Frankenberg em 4.º:
Foto: a lenda viva Hans Herrmann em Solitude nos anos 50 e em 2008 no Solitude revival usando, por incrível que pareça..o mesmo capacete:
Foto: a Porsche usou muitas vezes o Castelo de Solitude para servir de fundo a sessões fotográficas oficiais. Como foi o caso das fotografias do Studebaker Saloon Prototype, do 356 ou do 911:
Foto: uma referência artística ao castelo e à porsche, numa visão mais recente sobre o 996:
Foto: A concentração de 356 no dia de anos de Ferdinand Porsche em 3 de Setembro de 1950 e imagem de brinde ao professor: