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Antigo 02-01-2009, 1:12
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MaMourão MaMourão está offline
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Padrão Encontro inesperado num sábado frio

Sábado, cá estou eu no meu cantinho, está escuro e silencio, ao meu lado a jovem Italiana com quem partilho o quarto, digo jovem porque nem metade da minha idade tem. Já à algumas semanas que durmo descoberto, o meu dono só me cobre nos dias em que tomo banho. Eu já estava a contar com um sábado como todos os outros, ao lado da Italiana, pois o meu dono não gosta muito de sair ao fim de semana, mal eu sabia o que me esperava…
O silêncio é quebrado pelo aproximar de alguns paços, alguém abre a porta do quarto, juntamente com a luz que entra no quarto entra também o meu dono acompanhado de toda a família, afinal era dia de passeio. Não sei porquê, mas vi logo que o escolhido para acompanhar a família era eu e não a Italiana. Fiquei contente por os dois membros mais novos também irem, assim aqueles dois pequenos lugares da segunda fila também ficam ocupados, gosto muito dos pequenos, apesar de eles dizerem que cheiro mal, eu já lhes disse que não é mau cheiro mas sim cheiro característico.
O dia estava frio, muito frio, o ideal para mim, com frio respiro melhor, muito melhor. Iniciado o passeio, lá fomos nós, primeiro pela marginal de Leça, atravessada a ponte passamos para a marginal de Matosinhos, Castelo do Queixo e Foz. Do mar passamos para o Rio, sempre pela marginal do Douro, o túnel da Ribeira veio dar outro colorido ao passeio com o meu dono a fazer ecoar o som do V8 no seu interior, Ponte de D. Luís e estávamos em Gaia, durante a viagem tinha ouvido falar em pista de gelo, mas comigo escusavam de contar.
O parque de estacionamento é já ali á frente, escolhemos o andar de cima que é onde se respira melhor. De repente, algo de estranho aconteceu comigo, na subida para o parque senti um ligeiro arrepio, e quando entrei no parque só ouvi uma voz que disse – Olha ali. Perdi o controlo, e por muito que o meu dono me quisesse controlar eu não lhe dei qualquer hipótese, atravessei todo o parque na diagonal, não respeitando qualquer indicação de obrigatoriedade e estacionei, calei-me e observei. A primeira coisa que ouvi foi – Também está sujo. Pois é, ao meu lado estava um conterrâneo. Em quanto a restante família se foi divertir para outro lado, eu fiquei por ali á conversa, com o conterrâneo, que afinal era meu irmão, nascido no mesmo local que eu dois anos depois de mim, trocamos muitas opiniões entre nós, falamos de nós e dos nossos donos, ficou o desejo de os nossos caminhos se voltarem a cruzar um dia.
O regresso foi pelo mesmo caminho, com mais uma aceleradela no túnel da Ribeira, desta vez com muito mais vigor. Para terminar o dia em beleza, o meu dono deu-me um banho antes de me meter na cama e me cobrir como já á muito não o fazia.

928 S4



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MaMourão
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